Deixaste para trás o que era teu, e a mim
Guardiã da parcela de corpo e alma que me legaste
Triste morada para uma estrela da tua grandeza
Escura e fria no rarefeito ar caminho
rumo ao nada que é destino certo
Tudo pensado e considerado,
bem que poderias ter-me levado contigo
Mas não
Deixaste-me, inconsistente e morta
Pele, carne e sangue sem alma
Cheia de remorso e cheia
da dor de saber que eu não estava
na hora da tua partida
Não estava e não vou estar,
Nunca onde e quando era segurar-te com ambas as mãos que me fizeste
iguais às tuas.
Te quero como uma casa vazia quer dentro de si
risos e aromas de comida e a paz da mãe que vela por seus filhos
Uma casa condenada é o que sou
Um cachorro sentado à cova do dono sou
Mas tudo pensado e considerado, tu, nem cova tens, e eu
Não estava lá, nem mesmo por perto estava
Na hora em que tu partiste.
31 de dezembro de 2006.
Ave, mãe! Os que vão viver te saúdam.
Texto e imagens ©Malu Baumgarten - todos os direitos reservados à autora
Words and photography ©Malu Baumgarten - all rights reserved
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